Hoje deu-me para gatafunhar sobre doçuras pipoqueiras que falam de novos programas televisivos. Como é que eu não me lembrei disto: escrever e relacionar o Dia Mundial da Mulher com “horribilis” programas como "Quem quer namorar com o agricultor?" (SIC) e "Quem quer casar com o meu filho?" (TVI). Houve, todavia, quem, muito dado a pipoqueiras doçuras que o fez porque se escandalizou e transformou a doçura em acidez. Só gostava de saber por que é que o tema foi badalado em alguns sites de notícias de jornais como o jornal Sol e o Notícias ao Minuto. Pode ter sido do tipo: vou falar disto porque assim vão falar ainda mais de mim e eu necessito de publicidade como pão para a boca.
Programas televisivos do género reality show do tipo “horribilis” nos dois canais já houve vários. E blogues do tipo doçuras protestaram? Não. Até que também é bom e divertido ver lixinhos televisivos. Naturalmente! Só agora é que bradam com porras de limites ultrapassados por aqueles dois programas. Se concordo com este tipo de programas? É claro que não. Sou visceralmente contra. E não vejo apenas a RTP2, nem tenho pretensões a ser intelectual nem jornalista de meia tijela, quanto mais um bom escritor de coluna social publicitária com ares de seriedade. Ser oco também nunca foi a minha pretensão nem escrevo sobre consumismos e modas vãs que se vendem por haver sempre quem compre.
Os canais de televisão estão no seu direito de fazer pela captação de audiências, compete-nos a nós todos contribuir para uma educação cultural e seletiva dos gostos. Não basta criticar os programas porque nos ofendem ou porque não gostamos, ou porque achincalham as mulheres porque a onda, de momento, passou a ser a defesa intransigente da mulher, e está “in”.
Os homens com o cérebro do tamanho de um amendoim são os que assentam na apreciação de mulheres apenas como entes físicos, como se não as houvesse também mulheres com cérebros com tamanhos ainda mais pequenos do que amendoins. Não, não, estou a dizer que, se é loura, logo, é burra. Homens e mulheres cada um é como cada qual. Cliché, também este, oco de raiz porque o que está em causa tem a ver com o ADN, a formação e a educação.
Se as televisões lançam para o ar esses programas é porque têm audiências que os vêm, mesmo que alguns(mas) desses(as) até gostem de ir apreciar obras ao Museu de Arte Antiga, assim como também há quem goste de ler blogs cujo conteúdo anda pelo mundo das pipoquices, isto é, o de privilegiar o ter, em vez do ser, e o vazio mundano do dia a dia da frivolidade. Cá estou eu com filosofias baratas.
Em vez da complementaridade dos papéis surge uma luta radical feminista pela sua inversão. Há, todavia, um que não permitirá a inversão total: é o de trazer crianças para o mundo. Quem nos diz que daqui a dezenas de anos não irá surgir um movimento radical “masculinista”. Este termo existe no dicionário e nada tem a ver com machismo.
Aquele tipo de programas são uma vergonha para as mulheres. E para os homens? Ah! Lá, isso não! Contentem-se apenas com o não se reverem neles, nos protagonistas dos ditos programas.
À parte a igualdade de direitos e oportunidades, às vezes questiono-me se os homens alguma vez compreenderam as mulheres e se, alguma vez, as mulheres conseguiram compreender os homens enquanto seres psicologicamente diferentes, no amor, nos interesses, nas finalidades, na forma de sentir e também desiguais, nas atitudes, nos comportamentos, etc., etc.., porque seres humanos diferentes no género.
Ficou por aqui com a acidez porque senão ainda me chamam aquilo que não sou.
Ora tomem lá para o Carnaval, é a moda Girl Power! Hoje, a imagem famosa da Girl Power, pode evocar a maneira heroica como as mulheres durante a Segunda Guerra Mundial assumiram empregos tradicionalmente ocupados por homens - operários, taxistas e até soldados - para ajudar no esforço de guerra nos EUA. A diferença é que em vez de Ora Toma estava escrito “We Can Do It”. O que também poderia servir para vestir um trajo pleno de ironia azeda.
Nada melhor do que esta época carnavalesca para evocar memórias de festejos do passado. Memórias de carnavais onde, aqui, no nosso Portugal, é tempo de frio e de chuva e as pessoas se agasalham. Sim, ainda estamos no inverno e nos carnavais daqui e dali todos, especialmente elas, se despem numa imitação grosseira do Carnaval dos trópicos onde agora é verão e o calor impera.
Portanto despir parte das vestes está relacionado com o clima de cada país. Assim como o samba, música típica do Brasil que é dançado por todo o lado nesta época e trajes reduzidos e cintilantes associados ao samba são atrativos e uma espécie de isco provocante de assédio sexual para homens, como quem diz, vês, mas não tocas. É o mesmo que dizer provoco, mas se te aproximas estás a assediar-me, logo apanhas. Era assim mesmo que devia ser em caso de assédio, um murro nas trombas. Desculpem-me elas por estas considerações macho-carnavalescas.
A moda feminina, a mais provocante, aparece-nos como algo estranho que não sei qual o seu objetivo. Não chego a perceber o conceito de assédio sexual, quando a provocação aos seus companheiros de trabalho é por demais descarada, e, se há um simpatia que seja ou comentário, não ofensivo mas de gracejo, o melhor é não fazê-lo senão já sabem, aparecem na próxima edição de um qualquer jornal ou revista sensacionalista a dizer ai que Deus, ai que Deus que a Pipinha foi vítima de assédio sexual e você, macho latino, vai cair em desgraça. Mas atenção olhem que agora já não são apenas os latinos, tudo o que é macho tem de ter cuidado, o melhor é abster-se até de olhar. Como é Carnaval ninguém me leve a mal até condeno e não entro em assédios porque me considero ser uma pessoa de bem. Como isso de ser pessoa de bem servisse para justificar alguma coisa. Quem levou bancos à falência também eram pessoas de bem!
Recordo-me dos carnavais de antigamente onde esses problemas do assédio não se colocavam porque todos, eles e elas, andava vestidinhos, mesmo quando se mascaravam, para se protegerem do frio.
A Avenida da Liberdade quando ainda não existiam por lá aquelas lojas de marca que vendem roupas e acessórios muito “in”, muito na moda e muito em conta e que são aconselhadas por algumas pipocas e pipocos que andam por aí a ganhar uns euros com a publicidade induzindo alguns(mas) incautas(os) que os leem, escutam ou veem a comprar por ser tudo muito chique. Enquanto nos saem euros da nossa conta entram alguns euros na conta deles(as).
Estou a pensar em negociar com algumas lojas e marcas conhecidas para que me deixem ser fotografado junto aos artigos expostos em troca da divulgação do produto no meu blogue. Publicitar Prada e outras lojas a ver se me convidam a fazer publicidade. Para tal têm de me ajudar visualizando muitas vezes. Eu depois enviarei umas comissõezinhas pelos comentários favoráveis e pelos “gostos”. O quê? Se podem comentar a dizer mal? Claro que podem, mas aí tem de haver penalização: não há comissão!
Como lhes estava a dizer antigamente o Carnaval era mais saudável no que aos então ditos bons costumes dizia respeito. O mesmo já não se podia dizer da sua perigosidade. Para além dos confetes e serpentinas havia os famigerados saquinhos com feijões ou com serradura que se atiravam à cabeça de quem passava, não raras vezes causadores de acidentes graves, e durante os intervalos prolongados das matinés do cinema para divertimento das crianças, isto para além de outros líquidos impróprios que se lançavam a quem passava ou se atirava das janelas para a rua. Não é ficção da minha parte, era mesmo assim anos antes do 25 de abril. Felizmente que essa treta acabou e é sempre preferível ver corpos, meio despidos ou meio vestidos, como queiram, a dançar o samba pelas ruas com frio e chuva como vai ser o próximo.
A moda também poder ser carnavalesca fora da época. É tudo uma questão de gosto. Basta algumas doces pipocas da nossa praça o dizerem ou se deixarem fotografar ao lado dessas modas e lá estamos nós otários a emitá-las (os).
Como eu gosto de ver algumas modas que vão aparecendo por aí, e a época carnavalesca é propícia a esses reparos. Não sei porquê saltam-me à vista as calças de perfeito corte “slim” com uma pequena dobra que deixam mostrar os tornozelos impecavelmente alvos e cujos pés calçam sapatos sem meias. Que excitação! Que estimulante e encantadora contemplação! Que divinal sensação erótica! Isto nada tem a ver com homofobia, tem a ver com sensibilidade estética e acho que não sou bota de estático.
Quem lança estas modas deve sentir que os tornozelos de um homem são eróticos e, vai daí, há que os pôr a mostrá-los.
Enfim, amanhã é dia de carnaval e alguma moda também parece ser dedicada ao dito, como aquela dos vestidos manchados que parecem manchas dos testes de personalidade de Roschach, mais conhecidos por borrões de tinta a que em linguagem de moda chamam tie dye.