Há gente para tudo. Há gente para ver todo o tipo de espetáculos, de qualidade duvidosa que enchem salas e se voluntaria para ser otária.
Da idiotice à desmesurada patetice dos “espetaculares” espetáculos ao vivo, sim, eu sei meus(minhas) caros(as) eruditos(as), é uma redundância, promovidos via essa “inaudita” comunicação social televisiva.
Enchem-se salas e assiste-se nas televisões a programas de pretensas audiências que implodem com programas medíocres. Um dos que é exibido na RTP1 que dá pelo nome de Prova Oral que, se ainda se tolera na Antena 3, é execrável para televisão. Por via disso torna-se também execrável esse senhor que se acha humorista e que dá pelo nome de Alvim que, por acaso, até tem graça em alguns programas.
Tudo serve para fazer graça e se tornar engraçadinho. Lutam pela sobrevivência profissional através da procura do que seja viral nas redes sociais e no Youtube.
Vão procurar nas redes sociais e no Youtube espertinhos produtores de “virais” para, depois, os recuperarem para programas televisivos. Forma de tornarem a estupidez conhecida por aqueles que se borrifam para as redes sociais. Fazem entrevistas a figuras da nossa oca praça, retiradas daqui e dali do Facebook e Youtubes, as quais ficam agradecidas pela publicidade gratuita a que se acham com direito.
O programa da rádio Antena 3 que saltou para a TV, RTP1, é um fracasso do canal. Prova Oral TV estreou-se em fevereiro deste ano tendo registado uns miseráveis 1,2% de rating e 5,0% de share. Ontem Fernando Alvim procurou altas competências intelectuais com notas de dezanove em cursos, diziam, uma até faz Stand up Comedy. Esta modalidade, que se introduziu desde há algum tempo no burgo dos tugas, por uns jovens engraçadinhos que ainda andam por aí que se iniciaram na escola a fazer patetices para fazer rir os colegas da turma.
Mas não nos aflijamos porque num dos canais da BBC, canal público do Reino Unido, também transmitiu um espetáculo do género ainda mais ordinário e de qualidade duvidosa, com sala cheia, onde todos se riam sem saberem que eram eles, os espectadores, que estavam a ser gozados pelo “ator” que fazia Stand up.
Portanto, caros(as) leitores(as) não se aflijam, ainda não descemos ao inferno da baixa qualidade transportados pelos que acham que fazem humor.
Só falta que mandem para o c. e chamem f.d.p. aos espetadores que lhes pagam o salário e todos se riam e batam palmas.
Não tenho jeito nenhum para fazer humor. Digo como toda a gente umas piaditas e não mais do que isso, mas há por aí muitos que se intitulam profissionais do humor e da comédia e dizem ser atores de stand up.
Humoristas e cómicos são vários. Fazem espetáculos aqui e a ali. Enchem salas, dizem. Os seus fãs são um público, normalmente jovem, que assiste e ri-se por tudo e por nada. No palco encontra-se um contador de anedotas, em cada frase que pronuncia constam dois ou três palavrões, senão mais, da coleção do calão lexical português. Aplausos, gargalhadas quase mentecaptas eclodem das salas. Quando tal não acontece esses ditos humoristas e cómicos queixam-se do público e da incompreensão que sentem para com o seu dito humor.
Se eu fosse especialista em classificação arranjaria uma taxinomia para humoristas e cómicos da parvoíce.
Fazer humor é das artes mais difíceis de concretizar. É um papel ingrato no sentido em que não compensa o trabalho que alguns verdadeiros humoristas lhe consagram. Fazer rir é para muito poucos. Quando não o conseguem sentem-se injustiçados, e insistem em fazê-lo apenas para o seu micro público, com o seu fácil e suposto humor anedótico que utiliza a liberdade de expressão que ultrapassa os limites violentando as fronteiras do razoável. Sentem-se com o direito de reivindicar o direito de liberdade de expressão, o mesmo direito que nos assiste a nós, os outros, para os crucificarmos depois em praça pública. A mesma praça pública, aliás, e com a mesma violência.
Um caso paradigmático é o de Hermano José, que foi, e ainda é, um dos melhores humoristas, com o falhanço não previsto quando esteve a trabalhar na SIC e que, para captar audiência passou a descambar para o mau gosto para aumentar, sem sucesso, as audiências.
Mas há outros, vários, que surgiram na esteira dos Gatos Fedorentos e que passaram a estar na moda, tentando repercutir por imitação o seu humor, mas sem sucesso.
Não podemos, contudo, generalizar porque há humoristas com qualidade em Portugal de que Ricardo Araújo Pereira é paradigmático.
A cada duas palavras um palavrão bla…bla…, f., bla… bla…, c., bla…bla…, p., bla…bla…bla… f.d.p., etc. e por aí fora. A assistência ri-se, bate palmas, vibra, não sei se das anedotas, dos palavrões ou se da figura do humorista. Tal é o caso do asneirento tal Fernando Rocha esse senhor que se intitula humorista e cómico do qual uma televisão transmitiu no passado mês de maio, já a altas horas, um espetáculo.
Se baixassem as calças e mostrassem o rabo para o público então seria a desbunda total da risota e o ponto alto da comédia.
Há também o humor do mau gosto que fazem piadas sobre acidente reais como o acidente autocarro na Madeira sem o mínimo respeito pela tristeza alheia.
Humoristas como estes reduzem-se a fazer graça e gracinhas com vídeos que publicam no Youtube e conseguem milhares de visualizações a maior parte são adolescentes na fase em que apreciam graçolas sem tino. Outros vão lá por curiosidade, para ver como é, e abandonam, se forem milhares de curiosos não interessa, o certo é que contam. Há também aqueles que se alimentam do falso humor, que gastam o seu dinheiro a comprar bilhetes para espetáculos acabando por encher as salas. Estes estão a contribuir para aumentar o ego de muitos falhados humoristas cómicos.
Não, não sou puritano nem moralistas, eu próprio digo f. e p. quando é preciso. Mas, por favor vejamos os contextos.
Humoristas genuínos e profissionais precisam-se.
publicado às 17:58
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