A vida real e os esfarrapados
Aqui estou eu novamente com os meus ácidos bem amargos e aproveito para relatar as minhas preocupações sobre modas e modinhas que vão surgindo dos vários altares onde se pratica a liturgia das ditas. Mas perguntam vocês: a que propósito? A propósito de ver o que se passa à minha volta para depois lhes contar. Então, ontem, na minha habitual volta diária sem destino pela cidade de Lisboa, mas desta vez com algum, aproveitei para ir tratar de um assunto lá par os lados do El Corte Inglês. Não sei porquê deu-me para começar a observar as calças de gangas que eles e elas traziam a vestidas. Nãããõooo, não se trata de qualquer perversão ou taradice sexual é que comecei a reparar que as calças de ganga que traziam vestidas estavam na sua maior rasgadas, rotas, esgaçadas, com rasgões múltiplo, umas vezes nos joelhos, outras nas coxas, outras ainda na perna, abaixo do joelho e, em alguns, não poucos, caos em todas as partes das calças numas espécie de retalho. Só não reparei se traziam rasgões nos traseiros para não ficar com um torcicolo torcicolo e não me chamarem nomes menos próprios ao meu porte altivo (auto sarcasmo).
Dirão vocês, que estão sempre no bem-vestir: «Meu caro, é a moda!». Devo ser demasiando antiquado porque quem andava assim vestido eram os que não tinha posses para comprar roupa e andavam esfarrapados. É estranho, já que nos bairros mais pobres de Lisboa, também é assim que andam vestidos, portanto estão na moda. Pois é, deve ter sido onde os magos da moda se devem ter inspirado.
Ia eu nestas minhas observações quando me veio há memória há algum tempo atrás, (tempo à frente não pode ser porque não tenho o dom da visão do futuro, coisa que os e as da adivinhação e dos concelhos do horóscopos têm), de ter entrado, por curiosidade, numa loja que vendia gangas de uma determinada marca bem conhecida e ter perguntado à menina, por sinal muito simpática e atenciosa que delicadamente me perguntou se precisava de ajuda. Esta coisa de entrar numa loja com expositores por todo o lado que me possibilitam a escolha virem-me perguntar se preciso de ajuda é uma coisa que me faz saltar a tampa, tanto que, por vezes, rápida e contrariamente à minha simpatia metamorfoseio-me num terrível antipático. Desta vez lá me contive e, com um sorriso, perguntei apontando para umas gangas expostas, qual era o preço. «160 euros, e estão em promoção!». «Mas…», não me deixou retorquir, «Olhe que são gangas verdadeiras da marca!». «Obrigado». Saí porta fora a pensar para os meus botões, lá verdadeiras são, mas como todas as outras de não marca, são de sarja. Sarja, para quem eventualmente não saiba, é um tecido resistente de algodão ou outra fibra cujos fios são entrecruzados a fim de se obter as linhas diagonais características. Observem e vejam lá se não é! Sobre estas coisas da moda podem ver aqui um artigo que escrevi em 2012. Ena pá! Já lá vai tanto tempo!?
O que é mudou nestes sete anos para além da p. da idade a mais? Muita coisa mudou no Mundo, mas isso ao nível da política não quero para aqui chamar. Quanto às redes sociais que já existiam naquela altura é como tudo, servem para o bem, e para tudo o resto, e quem não quer ser lobo não lhe vista a pele, mantenha-se com a de cordeirinho(a).
Leio coisas contra e a favor das redes sociais e alguns(umas). Há sítios que não são docinhos nem onde se vive no mundo onde tudo é cor de rosa e com muitas coisas doces que também os há, mas as realidades das redes socias são por vezes bem amargas.
O que preocupa muito boa gente que por aí escreve e tem blogs “altamente” é que haja pessoas que se lamentam de ter poucos likes e fraca interação. Esses(as) que criticam ou comentam estes pontos de vista são os mesmos(as) que eu gostaria de “ouvir” se não tivessem no seu próprio blog as “audiências”, os “likes” e os comentários muito queques e elogiosos do que escrevem. Ah, dizem alguns e algumas bloggers que têm milhares de acessos nas suas audiências que é por gosto, nada disto é para cair publicidade, nem por causa dos Clickbaits, é tudo porque gosto muito de escrever. Então, não é? Acho que são tudo tretas para lagriminha fácil porque nos referidos blogs a publicidade a marcas e outras coisas mais lá estão a cair e não é à borla… Por isso a crítica às redes sociais tem de ser feita em outro lugar de meditação com menos doçuras à mistura…
E se eu gritasse daqui: LARGUEM O ÉCRÃ NÃO LIGUEM A NADA DISTO PIREM-SE E APANHEM SOL QUANDO ELE APARECE, e hoje por acaso até não está mau, podiam-me perguntar, ENTÃO O QUE ESTÁS AINDA TU AQUI A FAZER?
Bem, por hoje já libertei a minha acidez e aqui vou eu…