Escrever posts diários para blogues não é pera doce, temos que o alimentar diariamente daí que, por vezes, esteja sem chatear os eventuais leitores desta treta. Sim, chamo-lhe treta porque a minha honestidade leva a que me sacrifique ao contrário de muitos(as) outros(as) que escrevem por aí em blogues e julgam-se as(os) melhores do pequeno mundo português lá porque têm muitos milhares de visualizações. É tudo uma questão de estilo.
Sou um(a) notável modelo que ultrapassa, de longe, as fronteiras do estilo na nossa limitada “blogosfera” portuguesa
A coisa é tal que, a maior parte dos blogues para voyeurs, da vida do(a) autor(a) é relatada com uma perfeição de marketing e geralmente escritos por elas e para elas.
Não sou a favor deles, nem delas, mas não deixa de ser muitas vezes constatado que elas têm mais apetência para o supérfluo. Nem só do intelecto vivem o homem e a mulher, o mundo é evadido por coisas boas, pelo menos aparentemente, e é aí que esses blogues maravilha têm sucesso fazendo-nos crer que é tudo muito a sério e intimista.
Falam sobre a vida própria fazendo dela acontecimentos importantes do dia como por exemplo: «Hoje fui levar o Toninho à escola e levava uns ténis da marca “tal e quê”» - escrevem – e, de seguida, colocam uma fotografia do dito Toninho com os pés e os ténis em evidência tendo ao lado a fotografia da respetiva mamã numa pose de candura imaculada. Do lado de cá ficamos todos apaixonados à primeira vista.
Narciso, segundo a mitologia grega, era um rapaz muito belo filho do deus do rio Cefiso e da ninfa Liríope que foi distinguido com uma beleza ímpar. Dias antes de seu nascimento, a sua mãe foi informada pelo vidente cego Tirésias que ele teria uma vida longa, desde que nunca olhasse para a sua imagem. Ao chegar à adolescência deixou uma longa fila de donzelas de coração partido, e também alguns rapazes que ficaram à beira do caminho um dia. Um dia viu o seu próprio reflexo numa fonte de água que jorrava para um lago e apaixonou-se por si mesmo. Incapaz de se afastar da fonte da sua contemplação, teve uma crise e não se afastou, ali ficando até finalmente morrer de sede e de fome. Narciso simboliza a vaidade e a insensibilidade, visto que ele era emocionalmente entorpecido às solicitações daqueles que se apaixonaram pela sua beleza.
Pois é, caros(as) leitores(as), expor a nossa vida aos outros(as) que não conhecemos de lado nenhum, por necessidade de ganhar a vida, é uma atitude corajosa e merece elogio, se não fosse também uma exposição narcisista. É a exploração da índole muito humana da cusquice feminina portuguesa.
Ela é o estilo de um ícone da moda
Aqui, nesta treta de blogue maldizente, quiçá com um toque de invejazinha, não dou conselhos nem “bitates” publicitário sobre novos produtos para higiene íntima, que sugiro para os vossos filhos vestirem hoje para saírem de casa e irem para o infantário ou escola , nem onde deixar em tempo de férias da Páscoa os vossos filhotes, como muitas escrevem, (termo utilizado em zoologia para cria). Parece terem na manga soluções para tudo. O certo é que isso rende e tem catervas de leitoras e leitores(?).
Algumas bloguistas, refiro-me agora apenas a elas, plenas de “estilo” sabem e conhecem tudo, elas fazem de psicólogas, médicas, enfermeiras, educadoras, conselheiras domésticas, enfim, no mostrar que se sabe de tudo é que está o ganho. São exemplos de uma vida a sério, Olhem que não se diz à séria, é a sério.
Publicar superficialidades – para isso já basto eu – é outra coisa que está a dar e há quem os edite, e há quem os compre. O segredo é saber que há gente para tudo, já diziam os meus avós.
Estas bloguistas, dedico apenas ao género feminino porque é mais sensível e maternal, agora chamadas de influenciadoras digitais, são o máximo a exporem-se publicamente e aos filhos através de imagens, mostrando o que fazem e o que não fazem, colocando-se elas próprias como sendo exemplo a seguir por imitação. Alguns blogs são autênticos mitos que foram induzidos e que cujas frequentadoras ajudam a divulgar, ao mesmo tempo que as ajudam a ganhar a vida.
Para finalizar:
A desfrutar de uns dias de desanco em Roma, Itália, na companhia da família, Ana Garcia Martins, autora do blogue, A Pipoca Mais Doce, tem partilhado com os seus seguidores nas redes sociais várias fotografias da viagem. Porém, uma publicação, em particular, está a gerar polémica.
Numa imagem onde surge com os dois filhos, Mateus e Benedita, Ana Garcia Martins escreveu a seguinte legenda: “Sempre que possível peço ao Mateus que faça o quatro em público, só para as pessoas perceberem que não lhe administro substâncias ilícitas. E a Beni já vai pelo mesmo caminho. Depois do caso Maddie a pessoa não arrisca”.
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Será que não é de propósito para criar polémica e aumentar a frequência do blogue? Pergunto eu que sou ignorante nestas andanças.
O blog faz hoje quatro dias, ou três, já nem sei, e até agora, nada de novo! Ainda tem uma história muito curta, mas se transformarmos o tempo da sua existência em segundos é mesmo muito longa. Vejam só: 345.600 segundos, uma eternidade! Como é que isto aconteceu? Um dia, ao acordar, senti um amargo de boca, sei lá se foi do jantar do dia anterior ou se foi do que vi na televisão! Então pensei: vou escrever mais um blog. Sim, ainda tenho outro, mas não digo qual!
Se contasse aqui as patranhas relacionadas com este recém-nascido blog e, se gastasse por cada uma dez minutos, daria para cada uma 600 segundo. Bem podem esperar! Imaginem se eu tivesse este blog há 15 anos. Chiça!!!
Sei muito bem como é que a ideia me veio à cabeçorra. Iniciar este blog foi tudo muito espontâneo, vivo e orgânico, foi ao acordar, tipo sonho, tão a ver? Cuidado com as falsas interpretações da palavra orgânico. É que agora tudo é orgânico, eles são as músicas de bandas que por aí proliferam, são as escritas dos livros a que antigamente se chamavam de cordel, são as dietas, são os produtos biológicos, eu sei lá… A palavra é um sinónimo figurado de "modo natural, espontâneo".
Então, dizia eu, ao acordar, pensei: «sou muito orgânico, sou “muita bom”, vou escrever um blog». E assim foi.
Gostava de escrever como um jornalista, como esses que fazem humor com coisas sérias, mas não sou, nem nunca fui, apesar de gostar de ter sido. Ser jornalista de investigação era o meu sonho, como a Ana Leal da TVI. Teria amor por aquilo que faria, despido de preconceitos ideológicos e políticos, pleno de isenção, acusando e condenado logo nas minhas reportagens todos quantos eu desconfiasse ou julgasse que estariam envolvidos em corrupção. Tipo Correio da Manhã, estão a ver? Como ela, teria um olho sempre virado para o mesmo lado. Não, não sejam maliciosos, ou maliciosas, não é esse, é aquele outro, o da cara que, qualquer dia, até fica estrábico de tanto olhar para o mesmo lado. Eu seria uma espécie de justiceiro no jornalismo como eram os vigilantes nos EUA na “caça” ao mal e às etnias.
Como estava a dizer já devia ter publicado esta história ontem, mas interrompi porque fui ao teatro. Sim, ao teatro, têm alguma coisa contra isso? O que fui ver? “GOD” com Joaquim Monchique. Como me fartei de rir! A peça foi criada para a Broadway, em Nova Iorque, encenada por António Pires sendo o texto da autoria de David Javerbaum, um dos argumentistas que costumava trabalhar com John Stewart no “The Daily Show”. Recomendo vivamente a peça GOD que está em exibição no Teatro Villaret.
Fonte: Força de Produção
A peça foi também interpretada. no Brasil, por Miguel Falabella como podem ver aqui.
Bom, continuando. Quando comecei a escrever este blog, há três dias, ou seja, há 345.600 segundo, eu já não era jovenzinho, era mais como fruta madura, mas não ácida. Acho que foi o escrever no blog que me converteu em ácido como o vinagre, mas com um toque de balsâmico.
O que fiz, fazia, ou faço e os meus cursos não interessam aqui para nada. O que interessa é que agora escrevo neste blog. Isto de escrever em blogs não é fácil! Se tivesse tirado o curso de Comunicação Social, e tivesse sido jornalista, a coisa pintava mais fino. Assim, como não conheci, nem conheço, ninguém do jornalismo, nem tenho amigos no meio que passem a palavra a outros sobre o blog a única visualização do é a minha.
Se houvesse leitores para este blog caberia aqui falar sobre mim, e sei que teriam curiosidade de cuscar sobre a minha vida profissional e privada. Ora, como já disse anteriormente, lá isso é que não, já me bastam os cuscos dos meus vizinhos e as cuscas das minha vizinhas, sem ofensa para eles, e para elas. No entanto deixo aqui uma ressalva, caso, por milagre, algum ou alguma venha um dia a ter acesso a este blog, digo publicamente que vocês são os melhores vizinhos do mundo. São mesmo!
Uma coisa é estar a escrever para mim a pensar que ninguém irá ler; outra é eu dizer logo que muitos irão ler o blog porque escrevo coisas com muita piada e muito interesse. O tanas! Se tivesse muitos amigos e amigas lá de fora, e teria muitos se fosse jornalista, saberiam tudo sobre mim e partilhavam uns com os outros o que escrevesse. Que emoção, não era!?
Assim, o leitor já não seria apenas um, eu!
Se alguma vez alguém chegar a ler o blog perguntará qual o seu objetivo e o porquê do seu nome? A resposta é: não sei! Acordei para aí virado. Talvez tenha sonhado com algumas das doçuras que para aí há e resolvi tornar tudo mais amargo e ácido e, daí o nome do blog. Divertir-me à grande é que não foi. Porra, só o trabalho que isto me dá tirava logo o carrinho da chuva. Divertir os outros? Como assim, eu sei que não tenho graça nenhuma!
Se escrever e alimentar um blog dá muito trabalho e não tenho graça nenhuma então para que diabo é que isto serve? Deixo isso como uma adivinha para alguém que alguma vez o leia. Se isso acontecer deixou desde já o desafio para tentar adivinhar e responder-me. Mas cuidado, porque tudo quanto for uma linguagem de “porra” para cima são logo colocados filtros de censura. Só eu é que posso escrever tudo o que me apetecer, sem me interessar nada de quem fique chateado.
Só há uma coisa de que tenho medo, é de brigas. Este sítio também pode servir para provocar brigas, e isso é uma doçura, porque, assim, posso dizer mal de tudo e de todos arriscando-me apenas a levar um murro virtual. O mesmo não direi quando a Inteligência Artificial chegar a um ponto tal em que uma Robot Sophia em presença me possa dar um murro na tromba.
Gostaria de exprimir aqui emoções fortes, mostrar afetos, mesmo pelos que me mandem à merda depois de lerem isto. Exprimir afetos, emoções e tudo o que puxe à lagriminha fácil dos eventuais e possíveis leitores, não é a minha cadeira de baloiço. Para isso já têm as novelas da SIC, TVI, RTP1 e, se não chegar, têm, também, as ininterruptas novelas da Globo.
Por hoje fico-me. Amanhã cá me venho por aqui outra vez. O português é, de facto, uma língua muito, mas muito, traiçoeira.
publicado às 20:33
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