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A Fruta mais Ácida

Lugar onde se vende toda, ou quase toda, a fruta com que a sociedade nos premeia. A fruta doce e a ácida estarão expostas à mistura com algum mel.

A Fruta mais Ácida

Lugar onde se vende toda, ou quase toda, a fruta com que a sociedade nos premeia. A fruta doce e a ácida estarão expostas à mistura com algum mel.

28
Nov24

Tolerantes intolerantes

Manuel_AR

Jovens e barbichas2.png

Resolvi retirar do Instagram um pequeno texto satírico sobre a moda dos cavanhaques por ter havido quem tomasse isso como ofensa pessoal e intolerante e até o pessoalizasse. Tomar como particular e pessoal aquilo que foi dito como uma análise geral e transitório parece-me ser um equívoco com espetro de dissonância cognitiva.

Parece haver pessoas, poucas, que, em nome da tolerância, demonstram incrível intolerância com os pontos de vista de que divergem. Esta “nova” tolerância representa uma forma peculiar de intolerância.

O “tolerante” deve tomar qualquer opinião como verdadeira, salvo contrário. Não se trata apenas de aceitar ou acatar a liberdade de expressão de opiniões contrárias, ele deve respeitar todas essas opiniões.

A tolerância dos “tolerantes” é bem seletiva e limitada, na prática pois que demonizam todos os outros mais ou menos conservadores, mais ou menos ricos, mais ou menos religiosos, mais ou menos liberais ou neoliberais, mais ou menos discordantes de alguma coisa e, mesmo assim conseguem mostrar-se defensores da diversidade e da tolerância.

Onde está a verdadeira intolerância? Quando todos somos obrigados a aceitar novas modas, todos sermos obrigados a aceitar novos estilo, todos sermos obrigados a achar “lindo” tudo aquilo que os tolerantes acham deve ser lindo e obrigam os outros a aceitar que é lindo? Quem é contra são todos “velhos do Restelo”. Se fosse para usar o conceito tradicional de tolerância, esses que não gostam ou sentem aversão, fobia ou não gostam de algo teriam, sem dúvida, que aceitá-lo e manter o devido respeito. Isso parece-me ser intolerância.

Quem se coloca contra todo o tipo de discriminação ou preconceito é, no fundo, hipócrita. Bastaria uma reflexão rápida e honesta para constatar que esses também discriminam e tem a sua parcela de preconceitos.

Tolerância ilimitada levará ao desaparecimento da tolerância.

21
Nov24

A confraria das barbichas e dos bigodinhos

Manuel_AR

Jovens e barbichas.png

Poder também ler este post em A confraria das barbichas e dos bigodinhos

A moda dos jovens adolescentes e pós-adolescentes que prolifera apresentando um estilo com barbicha, bigodinho e cabelo levemente despenteado e puxado para a frente  a pretender mostrar que são sujeitos originais, modernos, diferentes e com muita personalidade. Estão a topar cotas?

O penteadinho do cabelo ligeiramente ondulado e puxado para a frente faz-me pensar se será para ajudar a tapar uma calvície precoce que lhes vai surgindo.  

Para falar a verdade não vejo nada disso. Imagino a arte necessária para manter uma barbicha dessas com tesoura a aparar os pelos da penugem ou então imagino que vão a barbeiros que entenda a psicologia particular desses meninos que adubam essa penugem na cara. Quem precisa de terapia com um barbeiro desses?

Os ‘barbichados’ estão em alta. Vestem-se quase igual, penteiam-se quase igual e salientam a penugem do buço e da perinha quase igual.

Se juntarem um grupo destes tipos jovens mais parecem terem saído duma confraria das barbicas e bigoditos. Olho para a cara dum desses sujeitos e às vezes fico fascinado começo a imaginar donde lhes veio esta ideia, mas sem o conseguir. Eles lá sabem com quem se prtendem identificar.

Para complementar tudo isto um ligeiro corte na sobrancelha vem a calhar com um adjuvado piercing, um brinco na orelha, alguma coisa furando o canto dos lábios, alguma coisa espetando a narina. É uma imagem do passado ancestral das tribos cuja antropologia tem estudado ao longo dos tempos. Vejam-se os índios originais, dos poucos que ainda sobrevivem na Amazónia, vestem-se e decoram-se à moda.

Enfim, para serem diferentes dos seus antecessores são capazes de tudo até de se fazer passar por ridículos.

27
Abr20

Tenho horror a influencers

Manuel_AR

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Isto de estar confinado é secante para os que estavam habituados a andar daqui para ali sem eira nem beira e sem “shots”, sem bares e discotecas, sem concertos, sem cerveja e até sem dinheiro. Há quem, para passar o tempo, passe por blogs e redes sociais e que por impreparação e sem a consciência de que podem cair na ratoeira para gastar os últimos tostões que restam do corte da mesada ou do parco salário que lhe reduziram, esteja a virar-se para os sites dos(as) influencers.

Tenho horror aos denominados(as) influencers que corroem a paciência de muitos como eu com a sua prosa intimista que não é mais do que marketing mascarado. Outros(as) daqueles(as), quais narcisos(as) a contemplarem-se nas águas mostram a sua imagem e silhueta com fatiotas que compraram aqui e ali e ao mesmo tempo promovem a sua imagem para invejas dos crédulos(as) que gostariam de ser como eles(as), identificando-se com estes(as) espécimes de ídolos de trazer por casa. Até mesmo algumas figuras da televisão, de telenovelas e artistas vários utilizam para a sua promoção pessoal.

Os(as) influencers falam do que compraram ou tencionam comprar para as suas casas, as remodelações, os móveis os atoalhados, os cremes, as loções, as últimas modas e até produtos para a higiene íntima a que algumas chamam pipi para ser mais giro e chique, e escrevem sobre qualquer coisa para “lavar o nosso rico pipi” - nosso é como quem diz, o delas. Utilizam um estilo intimista e falam de amigas com quem já discutiram e sobre o que elas acham sobre o tema. Encontram sempre alguma que lhes diz com toda a naturalidade do mundo que usa sempre o gel de banho ou sabonete tradicional para lavar aquela zona, a do pipi. E, claro, trazem à baila as suas vivências que pode ter muito impacto na influência a exercer e salientam já ter falado várias vezes dos cuidados que têm com a higiene íntima e de como usam sempre um gel de limpeza específico, e, para mais credibilidade acrescentam que o que sabem foi-lhes passado pela mãe dela(s) e segue-se o nome da marca e respetiva publicidade à mistura com o texto com a necessária fotografia e até a dela com o frasquinho na mão. Isto num site muito frequentado e com muitos likes.

Acham que estou a inventar? Não, não, estou!

Tenho horror a influencers.

Isto é apenas um dos exemplos porque há muitos desde as roupinhas até ais detergentes e artigos para crianças, sem esquecerem os bébés.

Muitos(as) destes(as) já utilizam o covid-19 para os seus objetivos descaradamente publicitários. Não existe limite quando o assunto é conseguir alguma fama e muitos likes.

O coronavírus já matou muitas centenas de pessoas e não existe no mundo, neste momento, assunto mais urgente. Entretanto os influencers acharam que seria uma boa altura para promover uma onda baseada na epidemia e lançaram modas baseadas no coronavírus.

As redes tornaram-se promotoras de celebridade de ocasião e, através delas, os(as) influencers, resolveram condicionar gostos e comportamentos. Em busca de likes e de afagos no ego, causam repulsa ao mostrar profundo descompasso com a realidade de medo e recessão causada pelo coronavírus enquanto o país luta com uma incerteza pandémica e económica.

Tenho horror a influencers.

Muitos ficam lá por casa, não apenas por causa da epidemia covid-19 que os obriga a confinarem-se à residência, mas por que já antes ficavam por lá a aliciar e a atrair para as armadilhas publicitárias as potenciais e incautas clientelas através de blogs e redes sociais.  

Com a tendência de mudanças fundamentais nos hábitos de consumo seria bom que os profissionais de marketing a repensassem estratégias e orçamentos existentes que têm destinado alocados aos ditos(as) influencers. Atualmente os influenciadores estão tão onipresentes que correm o risco de ficar sem sentido pela vulgaridade e pela saturação. E ainda bem!

Tenho horror a influencers.

14
Out19

Mais uma vez os influenciadores

Manuel_AR

Influenciadores.png

Depois de uns dias em Londres, felizmente por pouco não apanhámos o solavanco das manifestações que poderia azedar ainda mais a nossa fruta. E foi com uma dose de inveja que dos que ainda por lá ficaram que tivemos de regressar.

A inveja é tramada! Eu acho que tenho inveja das figuras públicas e dos(as) chamados influencers digitais, esta mania portuguesa de ir buscar palavras de fora! Compreende-se, é para se estar in. Invejo-os porque acho que se orientam e ganham fama, proveito e preparam a sua carreira à minha, nossa custa. Claro que cada um tem o direito de preparar a sua carreira profissional e deve fazê-lo, mas não à minha ou à custa de qualquer outro(a).  Há quem vá a correr a colocar “gostos” e seguir como cachorros os seus falsos ídolos. Falsos ídolos fabricados para nos fazerem crer que são os maiores.

Mas, meus amigos e amigas, isto agora é mais sofisticado porque também já temos estudos para conhecer a imagem que os portugueses têm das figuras públicas nacionais bem como a opinião sobre as suas principais características e informações sobre a sua presença digital com base numa recolha realizada por uma empresa de consultadoria nas várias redes sociais e blogs. Nada mais nada menos 57 figuras públicas e 37 digital influencers foram analisadas em 2019.

Veja-se quanto totós e otários não somos. Somos como cãezinhos que seguem farejando aquelas figurinhas e depois ficamos extasiados com o que dizem, fazem, sugerem e fotografam e vamos segui-los quais caninos dóceis e fiéis.

Vivemos num país livre em que cada um pode matar-se, ou não, como muito bem entender, seja com testosterona ou qualquer outra coisa para que outros cultivem a sua a imagem na Internet e nas redes sociais e possam vir a ser também influenciadores(as). Tem dezenas de milhar de visualizações e depois lá vem a televisão promover a sua imagem, mesmo que o publicado no Youtube seja uma falência total. Não se avalia a qualidade, mas sim o número de visualizações e de “gostos”. Há-os de todos e para todos os gostos, moda, maquiagem, cabelos, perfumes, sorrisos, sapatos, artistas, modelos, saúde, eu sei lá.

E a parafernália de bloguistas que são pipocas, frutas, loucas, da mãe, dos filhos, e muitos outros.

Porque afinal é de influenciar audiências que trata o negócio. Para tal é necessária alguma expertise, sobretudo skills digitais.

Cometa-se às vezes até em programas televisivos. «Ah! Que bonita que ela está naquela foto do Instagram não achas?»  «Se acho! Mas para além disso gosto muito dela, dá uns conselhos super espetaculares. E aquele do ginásio? Que barra! Sabes, sou seu(sua) seguidor(a). Põe lá coisas tão giras!»

Há já um índice empatia/identificação com figuras públicas e de digital influencers baseados nos otários seguidores que somos nós. Nós não! Vocês, porque eu não caio nessas armadilhas de os ajudar a pagar ou complementar o salário com os meus clicks na publicidade encaixados nos seus sites. Uma coisa é gostar de ler o que escrevem, outra é cada um servir de promotor de figuras que nem sabem quem nós somos, mesmo que lá conste o nosso ícone fotográfico e o nome ou o “nickname”. O que lhes interessa é apenas a replicação da imagem e da “graça” da sua pessoa, a deles(as) claro.  

Através das redes sociais cada um pode ser conhecido e, quanto mais aberrante ou extravagante tanto melhor mais saída tem.

Qualquer pateta que apareça num qualquer canal de televisão logo há uma corrida às redes sociais para se manifestarem.

Antigamente qualquer bom artista em início de carreira tinha de ter um agente muito bom para que se tornasse mais ou menos conhecido, agora não é preciso, basta dizer umas larachas e colocar umas fotografias atrevidas para ter uma caterva de fãs logo seguida e milhares de “gostos”.

Mas as(os), especialmente as, blogueres influenciadoras são também captadoras. Funcionam como teias que prendem os insetos que lá caiem. Normalmente dão conselhos sobre qualquer coisa e falam de si, da sua pessoa, da sua casa, do seu companheiro(a) sobre o que sabem que elas(es) andam à procura. Pode ser qualquer coisa. Perder peso, tirar manchas da pele, maquiagem, tirar rugas ofertas de aniversário para a querida(o), decoração de casa, eu sei lá, um manancial de tretas que as(os) influencers colocam nos seus blogs e respondem a perguntas colocadas na área de comentários e, logo ali ao lado, as sugestões a propósito. E, lá vou eu, e… Click.

Muita delas escrevem tratados sobre os seus filhinhos, o que fazem, o que fizeram, o que deixaram de fazer, que são sempre os máximos em tudo, até nas reproduções de dinossauros que têm em casa e em que são autênticos peritos. Aproveitam então para falar de brinquedos que poderão ser ótimas opções para compras de natal, claro, porque convém, para puxar a tal oportuna publicidadezinha.  E lá está, a encomenda online encomenda poderá ser feita através do site X. Quanta inveja não suscitarão às outras mãezinhas que, por falta de posses, não podem ter em casa a coleção daqueles ditos bichos há muito extintos.

 A seguir lá vêm as roupinhas e os sapatinhos da moda que também podem comprar. É tudo publicidade disfarçada no meio de textos pretensiosamente sérios com uma narrativa popularucha e familiar.

São os(as) oportunistics, já agora aproveito também a boleia do inglês. É assim, a vida dos(a) influencers! Viver à custa dos influenciados.

17
Jun19

Vendedores da era digital

Manuel_AR

Vendedores digitais.png

Aqui estou de novo desta feita para falar de uma nova moda ligada à promoção de vendas que adotou mais uma vez um nome inglês. São os influencers, os vendedores da banha da cobra da era digital.

As manigâncias utilizadas para vender o que se torna apetecível para comprar que às vezes não é necessário são mais do que muitas para atrair totós como eu, por exemplo, cuja experiência já não me deixa cair facilmente em tentações influenciadoras.

Alguém que consegue influenciar outras pessoas, seja para comprar determinado produto, assumir alguma postura ou refletir sobre assuntos específicos é um “influencer” digital. São formadores de opinião que usam os canais de comunicação para transmitir para o seu público o que pensam, o que fazem e o que sabem,  levando outros a segui-los por imitação.

Os “influencers”, em português influenciadores, ou lá como lhes queiram chamar, utilizam vários truques, nomeadamente em blogs ditos intimistas e pessoais, espécie de artimanhas para atrair moscas, leia-se descuidados.

Há de tudo, e tudo serve para influenciar e sacar “massa” aos incautos. Se se perguntar se é tudo mau, não, não é, mas será que é necessário? E será de melhor qualidade do que aquele outro que vimos numa outra loja ou site de um conceituada marca, daquele produto, seja de moda, seja de cosmética, seja de tecnologia, etc..

Tudo serve para nós, pobres totós, cairmos na armadilha e nos deixarmos influenciar. Quem ganha são os “influencers”, que também têm direito à vida. Por essa blogosfera há vários e várias que, tal como eu, se acham os e as maiores. O meu caso, devo esclarecer, sou o maior, mas cá por baixo…

Eles andam por aí metidos em tudo quanto possa sacar dinheiro aos(às) pobres incautos(as). Ele é realização de palestras, workshops e consultorias, veiculação de anúncios nas suas páginas ou blogs, enfim, tudo o que seja matéria que possa ser vendável, mas sobretudo a moda e toda a espécie de acessórios.

Diariamente há quem faça publicações que mostram um novo maravilhoso batom cuja própria também usa, ou os seus recentes, maravilhosos e incríveis ténis, ou um inovador tratamento de beleza que as suas seguidoras, dizem, não podem também deixar de experimentar. Isto, claro, é para elas, mas também pode ser para eles!

Ainda há quem, depois de muito dinheiro acumulado, decida criar a sua própria linha de vestuário ou de qualquer outro produto. Contudo, de forma surpreendente, a(o) “influencer” pode não conseguir vender um número mínimo para que as encomendas pudessem resultar.

Os lamentos para convencer vêm depois através do aproveitamento emocional dos seus seguidores ao escreverem que têm o "coração despedaçado" com a falta de vendas do seu produto e, de forma mais ou menos intimista escrevem: "Eu sabia que seria difícil, mas vocês estavam a dar-me um feedback tão positivo que eu achava que as pessoas gostavam e iam comprar". E, não contentes, acrescentam: "Ninguém manteve a sua palavra e, como tal, não pude aceder aos pedidos das pessoas que fizeram uma compra e isso está a partir-me o coração", bla, bla, bla!

Há quem comece a duvidar da fiabilidade da publicidade que youtubers, instragammers e outros influencers fazem nas suas páginas a determinadas marcas, por mostrarem situações que, muitas vezes, não correspondem à sua realidade por não conhecerem nem comprovarem realmente os benefícios de determinado produto.

É a estratégia de aconselhar dizendo que lá em casa já experimentou, que se deu muito bem, e que até os seus(suas) melhores amigos(as) já experimentarem e que resultou imenso. Poderia apontar vários sites e blogs, mas não vou fazê-lo para não estragar o ganha pão de meninos e meninas muito bem, chiquérrimos(as), da nossa praça que conseguem ter milhões de visualizações e milhares de “gostos”. Por outro lado, ainda escreviam por aí que eu tinha era inveja de não ter tantos seguidores e “likes”, já agora em inglês também tenho direito.

O que acho seria dinheiro em caixa era escrever um livro, já que há tantos(as) songamongas, como eu seria se o fizesse, a escrever livros cujo título poderia ser “Influencers para Tótós”.

Para terminar aqui vai uma influenciazinha para elas (para eles vai na próxima) da Revista Vogue, esta sim, de origem:

As camisas brancas saíram à rua

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Para nos provarem porque é que são a peça indispensável no guarda-roupa de qualquer mulher. Do estilo mais boémio ao mais clássico, fomos ao street style perceber como é que as estrelas desta passerelle alternativa vestem camisas brancas.

Patti Smith na capa do célebre álbum HorsesUma Thurman em Pulp FictionDiane Keaton em Annie Hall de Woody Allen, Angelina Jolie em Mr. and Mrs. SmithJulia Roberts em Pretty WomanSusan Sarandon em The Client. Esta lista é daquelas que não tem fim e não é difícil perceber o porquê. “Na dúvida, tudo fica bem com uma camisa branca,” disse Victoria Beckham. Já Elizabeth Taylor foi mais assertiva, afirmando que “todas as mulheres deveriam ter uma camisa branca no guarda-roupa.”….

 Podem continuar a ler aqui.

08
Mai19

As loucuras da fruta mais ácida

Manuel_AR

Moda louca.png

Olá pessoal fixe! As minhas ausências prolongadas são devido a não ter tempo para tudo. Sim, os afazeres são muitos. Gostariam que lhes contasse tudo sobre a minha vida privada, mas desenganem-se. Isso não vai acontecer.

Se eu fosse como alguns(mas) que há por aí contava-lhes tudo e mais alguma coisa mesmo que fosse inventado, tipo romance intimista. Tão a ver? Ou então falava de outras coisas tão banais e displicentes como o desaparecimento da Maid Mccan fazendo comentários lamentáveis. A minha fruta ácida não chega a tanto.

Sabugueiro.jpg

 A única coisa que lhes digo é que depois da páscoa saí do bulício de Lisboa e vim para a calma do interior da Beira Alta onde me encontro no meio dos passarinhos que chilreiam saltitando de árvore para árvore no meu jardim, e onde as flores do sabugueiro do pátio interior perfumam o ar em redor.

Casa Beira Alta.jpg

Este pequeno paraíso para onde de vez em quando fujo, para o manter como tal, dá trabalho e consome tempo porque, como sabem, um é consequência do outro. Com certeza que já se deram conta a dizer para os vossos botões, ou para quem os escute, que «não tenho tempo para realizar o trabalho que tenho para fazer» ou «tenho tanto trabalho que não tenho tempo para tudo». É isso mesmo! E, para além disso, há que manter atualizados dois blogs.

É por isso que não entendo como alguns(mas) conseguem ter tempo para escrever páginas de texto no meio duma vida familiar atarefadíssima com viagens, anúncios, conselhos, arrumações e decorações de casas e escrever livros sobre isto e aquilo que muitos(as) gostam de ler, (há gostos para tudo), eu sei lá! Ás vezes até penso que é tudo ficção. Mas, claro, se apresentar umas fotografiazinhas do que se passa em minha casa tudo passa a fazer sentido e deixa de ser ficção.

Como gostaria também que me pedissem conselhos sobre como colocar um centro de mesa para um jantar chiquérrimo que vou oferecer a uns meus amigo, ou que mala comprar que dê com meu vestido ou casaco amarelo e, ainda, como fazer sobressair os meus olhos verdes e, aproveitando aconselho uma marca que patrocino para ver se me cai qualquer coisa no meu mealheiro. Estão a ver? Tipo aqueles programas em que se recebem e leem cartas do correio sentimental dos(as) leitores(as) e depois se dão conselhos.

Ser uma espécie de figura com visibilidade lá por que se tem um blogue popularucho e ser convidado(a) para aqui, e para ali, a quanto obrigas!

Pois é, meus caros(as) leitores(as) a vida de um(a) blogger de futilidades é dura. Tem de convencer quem o lê com ocas narrativas que pareçam bem fiáveis e autênticas. É um desafio de marketing e técnica publicitária.

O mais terrível, se é que se pode considerar como tal, é quando esses(as) bloggers se armam, sim, armar é o termo correto, em conselheiras tipo psicólogos(as) e professores(as) e, às vezes, até de médicos(as).

Há também os outros e outras, os(as) jovens que acham que têm humor e entram-nos pelos ecrãs da televisão com a pretensão de fazerem novas escolas de comédia. Aparecem por aí a fazer stand up’s sem graça nenhuma a não serem a deles próprios. Mas atenção, quem vai assistir é porque lhes acha piada. Afinal são sempre as mesmas à base do humor de baixa qualidade com laivos de ordinarice, contudo a assistência ri-se, ri-se muito! Talvez deles próprios. Fazer rir é mais difícil do que fazer chorar daí o recurso ao dito humor fácil. Não menciono nomes, mas vocês sabem quem anda por aí.

Vi outro dia uma gravação de uma espécie de espetáculo humorístico gravado no final do ano de 2018, o Roast Toy, espetáculo de comédia em que a figura principal é alvo de piadas, onde Toy foi essa figura e onde é gozado em público. Provavelmente pago para isso. As coisas nadam más para o “pimba” apesar do verão estar quase a chegar. Também lá se encontravam outros ditos cómicos, de comicidade duvidosa e, espantem-se, também lá estava uma tal e conhecida blogger, não sei se apenas a assistir ou também para ser gozada. É uma doçura que também deve achar que o seu blogue tem humor e sarcasmo. Uma coisa tem, decerto, são “clientelas” da vulgaridade e da superficialidade para o blogue e para as marcas que nele inclui. E lá são divulgadas tantas coisas boas, bonitas e práticas!… Todas novidades fresquinhas. Vamos lá raparigada a abrir os cordões à bolsa, tudo em força a comprar, ajudem lá o blogue! Vamos lá mudar o look com umas compritas para depois receberem elogios ao dizerem-lhes que ficaram lindaaaas… Tirem depois umas fotografias cheias de pose e ponham-nas no Instagram ou enviem para publicação num dos blogues das doçuras. Não enviem para aqui por que isto aqui é muito amargo.

Estamos na primavera vamos lá gastar o dinheirinho com as recomendações dos doces blogues. No final sempre podem depois dizer que o mês tem mais dias do que o salário…

09
Abr19

Amores à primeira vista

Manuel_AR

Escrever posts diários para blogues não é pera doce, temos que o alimentar diariamente daí que, por vezes, esteja sem chatear os eventuais leitores desta treta. Sim, chamo-lhe treta porque a minha honestidade leva a que me sacrifique ao contrário de muitos(as) outros(as) que escrevem por aí em blogues e julgam-se as(os) melhores do pequeno mundo português lá porque têm muitos milhares de visualizações. É tudo uma questão de estilo.

Amores primeira vista 1.png

Sou um(a) notável modelo que ultrapassa, de longe, as fronteiras do estilo na nossa limitada “blogosfera” portuguesa

A coisa é tal que, a maior parte dos blogues para voyeurs, da vida do(a) autor(a) é relatada com uma perfeição de marketing e geralmente escritos por elas e para elas.

Não sou a favor deles, nem delas, mas não deixa de ser muitas vezes constatado que elas têm mais apetência para o supérfluo. Nem só do intelecto vivem o homem e a mulher, o mundo é evadido por coisas boas, pelo menos aparentemente, e é aí que esses blogues maravilha têm sucesso fazendo-nos crer que é tudo muito a sério e intimista.

Falam sobre a vida própria fazendo dela acontecimentos importantes do dia como por exemplo: «Hoje fui levar o Toninho à escola e levava uns ténis da marca “tal e quê”» - escrevem – e, de seguida, colocam uma fotografia do dito Toninho com os pés e os ténis em evidência tendo ao lado a fotografia da respetiva mamã numa pose de candura imaculada. Do lado de cá ficamos todos apaixonados à primeira vista.

Narciso, segundo a mitologia grega, era um rapaz muito belo filho do deus do rio Cefiso e da ninfa Liríope que foi distinguido com uma beleza ímpar. Dias antes de seu nascimento, a sua mãe foi informada pelo vidente cego Tirésias que ele teria uma vida longa, desde que nunca olhasse para a sua imagem. Ao chegar à adolescência deixou uma longa fila de donzelas de coração partido, e também alguns rapazes que ficaram à beira do caminho um dia. Um dia viu o seu próprio reflexo numa fonte de água que jorrava para um lago e apaixonou-se por si mesmo. Incapaz de se afastar da fonte da sua contemplação, teve uma crise e não se afastou, ali ficando até finalmente morrer de sede e de fome.  Narciso simboliza a vaidade e a insensibilidade, visto que ele era emocionalmente entorpecido às solicitações daqueles que se apaixonaram pela sua beleza.

Pois é, caros(as) leitores(as), expor a nossa vida aos outros(as) que não conhecemos de lado nenhum, por necessidade de ganhar a vida, é uma atitude corajosa e merece elogio, se não fosse também uma exposição narcisista. É a exploração da índole muito humana da cusquice feminina portuguesa.

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Ela é o estilo de um ícone da moda

Aqui, nesta treta de blogue maldizente, quiçá com um toque de invejazinha, não dou conselhos nem “bitates” publicitário sobre novos produtos para higiene íntima, que sugiro para os vossos filhos vestirem hoje para saírem de casa e irem para o infantário ou escola , nem onde deixar em tempo de férias da Páscoa os vossos filhotes, como muitas escrevem, (termo utilizado em zoologia para cria). Parece terem na manga soluções para tudo. O certo é que isso rende e tem catervas de leitoras e leitores(?).

Algumas bloguistas, refiro-me agora apenas a elas, plenas de “estilo” sabem e conhecem tudo, elas fazem de psicólogas, médicas, enfermeiras, educadoras, conselheiras domésticas, enfim, no mostrar que se sabe de tudo é que está o ganho. São exemplos de uma vida a sério, Olhem que não se diz à séria, é a sério.

Publicar superficialidades – para isso já basto eu – é outra coisa que está a dar e há quem os edite, e há quem os compre. O segredo é saber que há gente para tudo, já diziam os meus avós.

Estas bloguistas, dedico apenas ao género feminino porque é mais sensível e maternal, agora chamadas de influenciadoras digitais, são o máximo a exporem-se publicamente e aos filhos através de imagens, mostrando o que fazem e o que não fazem, colocando-se elas próprias como sendo exemplo a seguir por imitação. Alguns blogs são autênticos mitos que foram induzidos e que cujas frequentadoras ajudam a divulgar, ao mesmo tempo que as ajudam a ganhar a vida.  

Para finalizar:

A desfrutar de uns dias de desanco em Roma, Itália, na companhia da família, Ana Garcia Martins, autora do blogue, A Pipoca Mais Doce, tem partilhado com os seus seguidores nas redes sociais várias fotografias da viagem. Porém, uma publicação, em particular, está a gerar polémica.

Numa imagem onde surge com os dois filhos, Mateus e Benedita, Ana Garcia Martins escreveu a seguinte legenda: “Sempre que possível peço ao Mateus que faça o quatro em público, só para as pessoas perceberem que não lhe administro substâncias ilícitas. E a Beni já vai pelo mesmo caminho. Depois do caso Maddie a pessoa não arrisca”.

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Será que não é de propósito para criar polémica e aumentar a frequência do blogue? Pergunto eu que sou ignorante nestas andanças.

Pode conferir em: https://www.msn.com/pt-pt/entretenimento/famosos/autora-do-blogue-a-pipoca-mais-doce-criticada-ap%C3%B3s-brincadeira-com-maddie-mccann/ar-BBVLoq4?fbclid=IwAR2CGn4sXpwdqbo59q0bPRnY8WieCThSVtiJlHiEOM2OoIZkF5_U5hZx4Ck

Ou em

 https://www.jn.pt/ntv/interior/a-pipoca-mais-doce-azeda-bloguer-arrasada-apos-brincadeira-com-maddie-mccann-10773430.html?fbclid=IwAR39gvSSlFo1Zrbi5RIvqndeWQ84O6Doh0X_fREKAwI0OK8DZDkCxBg94gw

04
Mar19

A moda do Carnaval #0

Manuel_AR

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Ora tomem lá para o Carnaval, é a moda Girl Power! Hoje, a imagem famosa da Girl Power, pode evocar a maneira heroica como as mulheres durante a Segunda Guerra Mundial assumiram empregos tradicionalmente ocupados por homens - operários, taxistas e até soldados - para ajudar no esforço de guerra nos EUA. A diferença é que em vez de Ora Toma estava escrito “We Can Do It”.  O que também poderia servir para vestir um trajo pleno de ironia azeda.  

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Nada melhor do que esta época carnavalesca para evocar memórias de festejos do passado. Memórias de carnavais onde, aqui, no nosso Portugal, é tempo de frio e de chuva e as pessoas se agasalham. Sim, ainda estamos no inverno e nos carnavais daqui e dali todos, especialmente elas, se despem numa imitação grosseira do Carnaval dos trópicos onde agora é verão e o calor impera.

Portanto despir parte das vestes está relacionado com o clima de cada país. Assim como o samba, música típica do Brasil que é dançado por todo o lado nesta época e trajes reduzidos e cintilantes associados ao samba são atrativos e uma espécie de isco provocante de assédio sexual para homens, como quem diz, vês, mas não tocas. É o mesmo que dizer provoco, mas se te aproximas estás a assediar-me, logo apanhas. Era assim mesmo que devia ser em caso de assédio, um murro nas trombas. Desculpem-me elas por estas considerações macho-carnavalescas.

A moda feminina, a mais provocante, aparece-nos como algo estranho que não sei qual o seu objetivo. Não chego a perceber o conceito de assédio sexual, quando a provocação aos seus companheiros de trabalho é por demais descarada, e, se há um simpatia que seja ou comentário, não ofensivo mas de gracejo, o melhor é não fazê-lo senão já sabem, aparecem na próxima edição de um qualquer jornal ou revista sensacionalista a dizer ai que Deus, ai que Deus que a Pipinha foi vítima de assédio sexual e você, macho latino, vai cair em desgraça. Mas atenção olhem que agora já não são apenas os latinos, tudo o que é macho tem de ter cuidado, o melhor é abster-se até de olhar.  Como é Carnaval ninguém me leve a mal até condeno e não entro em assédios porque me considero ser uma pessoa de bem. Como isso de ser pessoa de bem servisse para justificar alguma coisa.  Quem levou bancos à falência também eram pessoas de bem!

Recordo-me dos carnavais de antigamente onde esses problemas do assédio não se colocavam porque todos, eles e elas, andava vestidinhos, mesmo quando se mascaravam, para se protegerem do frio.

A Avenida da Liberdade quando ainda não existiam por lá aquelas lojas de marca que vendem roupas e acessórios muito “in”, muito na moda e muito em conta e que são aconselhadas por algumas pipocas e pipocos que andam por aí a ganhar uns euros com a publicidade induzindo alguns(mas) incautas(os) que os leem, escutam ou veem a comprar por ser tudo muito chique.  Enquanto nos saem euros da nossa conta entram alguns euros na conta deles(as).

Estou a pensar em negociar com algumas lojas e marcas conhecidas para que me deixem ser fotografado junto aos artigos expostos em troca da divulgação do produto no meu blogue. Publicitar Prada e outras lojas a ver se me convidam a fazer publicidade. Para tal têm de me ajudar visualizando muitas vezes. Eu depois enviarei umas comissõezinhas pelos comentários favoráveis e pelos “gostos”. O quê? Se podem comentar a dizer mal? Claro que podem, mas aí tem de haver penalização: não há comissão!   

Como lhes estava a dizer antigamente o Carnaval era mais saudável no que aos então ditos bons costumes dizia respeito. O mesmo já não se podia dizer da sua perigosidade. Para além dos confetes e serpentinas havia os famigerados saquinhos com feijões ou com serradura que se atiravam à cabeça de quem passava, não raras vezes causadores de acidentes graves, e durante os intervalos prolongados das matinés do cinema  para divertimento das crianças, isto para além de outros líquidos impróprios que se lançavam a quem passava ou se atirava das janelas para a rua. Não é ficção da minha parte, era mesmo assim anos antes do 25 de abril. Felizmente que essa treta acabou e é sempre preferível ver corpos, meio despidos ou meio vestidos, como queiram, a dançar o samba pelas ruas com frio e chuva como vai ser o próximo.

A moda também poder ser carnavalesca fora da época. É tudo uma questão de gosto. Basta algumas doces pipocas da nossa praça o dizerem ou se deixarem fotografar ao lado dessas modas e lá estamos nós otários a emitá-las (os).

Como eu gosto de ver algumas modas que vão aparecendo por aí, e a época carnavalesca é propícia a esses reparos. Não sei porquê saltam-me à vista as calças de perfeito corte “slim” com uma pequena dobra que deixam mostrar os tornozelos impecavelmente alvos e cujos pés calçam sapatos sem meias. Que excitação! Que estimulante e encantadora contemplação! Que divinal sensação erótica! Isto nada tem a ver com homofobia, tem a ver com sensibilidade estética e acho que não sou bota de estático.

Quem lança estas modas deve sentir que os tornozelos de um homem são eróticos e, vai daí, há que os pôr a mostrá-los.

Enfim, amanhã é dia de carnaval e alguma moda também parece ser dedicada ao dito, como aquela dos vestidos manchados que parecem manchas dos testes de personalidade de Roschach, mais conhecidos por borrões de tinta a que em linguagem de moda chamam tie dye.

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Tie-dye: R13, Stella McCartney, MSGN, Prada SS19

Imagem:  https://bcncoolhunter.com/2018/12/10-tendencias-moda-primavera-verano-2019/

 

25
Fev19

Vestidos na entrega dos Óscares 2019 e a conversa da treta

Manuel_AR

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 Imagem da revista Glamour Globo

Os Óscares! Ai, os Óscares! Estão a aproximar-se, que delícia de doçura mais amarga. Não vejo filme nenhum que tenha ganhos óscares, nem pela interpretação, nem pela música, nem pela banda sonora, nem pela realização, nada disso o melhor,  para mim, são os vestidos que irão passar sobre o tapete vermelho. Com isso é que eu deliro! Gosto de mostrar às minhas fãs (desculpem-me eles, mas isto é mais para elas) como elas, as do tapete, se vão vestir.

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CHARLIZE THERON Imagem da revista VIP

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LADY GAGA Imagem da revista VIP

Sinto-me importante porque mostro que estou atualizado e por dentro do acontecimento. Admiro-me e critico, ao mesmo tempo que me indigno  com as cores das fatiotas delas e com a quantidade de tecido gastos pelos estilistas (costureiros era antigamente). Talvez esteja no meu subconsciente o lado mais ecológico e anti consumista para os quais, apesar de tudo, com nada contribuo. Este ano tudo está horrível no mundo do tapete e assim, tento sobressair fazendo-me também de conhecedor dizendo que este ano tudo parece um carnaval du qualquer sítio aqui do nosso Portugal.

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JENNIFER LOPEZ Imagem revista VIP

Poderia escrever mais sobre isto, mas não tive tempo de ir ver revistas estrangeiras e a sites especializados dos ditos. Olhem, assim sendo, se quiserem saber mesmo a fundo tudo vão aos blogues mais doces. Li por aí num desses que está tudo muito péssimo e que, por isso, é como se fosse cada tiro, cada melro. Coitadinhos dos melros, não me digam que andam a caçar melros com arcabuzes de caça para os jantares gastronomicamente chiquérrimos. E logo os melros que são pássaros de canto melodioso.

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EMMA STONE – Imagem da revista VIP

Ter fé na humanidade não é para qualquer um. Especialmente quando se entra na área do tapete vermelho em que sobressai overdose da cor que mais detesto e só para quem conhece os vestidos dos óscares. Tirem-me essa da minha frente para poder recuperar a minha fé na humanidade.  

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KACEY MUSGRAVES Imagem revista VIP

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Gemma Chan Imagem de standard.co.uk

Não veem para aqui chamadas as minhas formações superiores na área das ciências sociais, mas que isto dos vestidos que passam no tapete vermelho dos óscares merecia uma investigação ao nível de doutoramento, lá isso merecia.  Achas? Perguntarão vocês. Sim, acho, porque não tenho estudos suficientes para poder afirmar que os vestidos deste ano estão ao nível do carnavalesco e tenho pena de não saber explicar porquê. Deixem-se de tretas que criam ilusões na cabeça delas e, já agora, também deles. É como dizer: Ah! Se eu tivesse muito dinheiro e contratasse os melhores estilistas para ter os melhores vestidos, cabeleiros e esteticistas isso sim, eu apresentaria não a piroseira dos vestidos deste ano.  Faria tudo melhor, muito melhor, e teria gosto como de ninguém!

Vejam os bons filmes comam pipocas e deixem-se de tretas. Para quê estar em cima do acontecimento dos vestidos usados pelas vedetas no dia da entrega do Óscares 2019 quando, depois, vou ali ao H&M e CA comprar uns trapitos para ficar na ilusão de que estou muito na moda.

 

07
Fev19

A vida real e os esfarrapados

Manuel_AR

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Aqui estou eu novamente com os meus ácidos bem amargos e aproveito para relatar as minhas preocupações sobre modas e modinhas que vão surgindo dos vários altares onde se pratica a liturgia das ditas. Mas perguntam vocês: a que propósito? A propósito de ver o que se passa à minha volta para depois lhes contar. Então, ontem, na minha habitual volta diária sem destino pela cidade de Lisboa, mas desta vez com algum, aproveitei para ir tratar de um assunto lá par os lados do El Corte Inglês. Não sei porquê deu-me para começar a observar as calças de gangas que eles e elas traziam a vestidas. Nãããõooo, não se trata de qualquer perversão ou taradice sexual é que comecei a reparar que as calças de ganga que traziam vestidas estavam na sua maior rasgadas, rotas, esgaçadas, com rasgões múltiplo, umas vezes nos joelhos, outras nas coxas, outras ainda na perna, abaixo do joelho e, em alguns, não poucos, caos em todas as partes das calças numas espécie de retalho. Só não reparei se traziam rasgões nos traseiros para não ficar com um torcicolo torcicolo e não me chamarem nomes menos próprios ao meu porte altivo (auto sarcasmo).

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Dirão vocês, que estão sempre no bem-vestir: «Meu caro, é a moda!». Devo ser demasiando antiquado porque quem andava assim vestido eram os que não tinha posses para comprar roupa e andavam esfarrapados. É estranho, já que nos bairros mais pobres de Lisboa, também é assim que andam vestidos, portanto estão na moda. Pois é, deve ter sido onde os magos da moda se devem ter inspirado.

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Ia eu nestas minhas observações quando me veio há memória há algum tempo atrás, (tempo à frente não pode ser porque não tenho o dom da visão do futuro, coisa que os e as da adivinhação e dos concelhos do horóscopos têm), de ter entrado, por curiosidade, numa loja que vendia gangas de uma determinada marca bem conhecida e ter perguntado à menina, por sinal muito simpática e atenciosa que delicadamente me perguntou se precisava de ajuda. Esta coisa de entrar numa loja com expositores por todo o lado que me possibilitam a escolha virem-me perguntar se preciso de ajuda é uma coisa que me faz saltar a tampa, tanto que, por vezes, rápida e contrariamente à minha simpatia metamorfoseio-me num terrível antipático. Desta vez lá me contive e, com um sorriso, perguntei apontando para umas gangas expostas, qual era o preço. «160 euros, e estão em promoção!». «Mas…», não me deixou retorquir, «Olhe que são gangas verdadeiras da marca!». «Obrigado». Saí porta fora a pensar para os meus botões, lá verdadeiras são, mas como todas as outras de não marca, são de sarja. Sarja, para quem eventualmente não saiba, é um tecido resistente de algodão ou outra fibra cujos fios são entrecruzados a fim de se obter as linhas diagonais características. Observem e vejam lá se não é! Sobre estas coisas da moda podem ver aqui um artigo que escrevi em 2012. Ena pá! Já lá vai tanto tempo!?

Calças 5.png

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O que é mudou nestes sete anos para além da p. da idade a mais? Muita coisa mudou no Mundo, mas isso ao nível da política não quero para aqui chamar. Quanto às redes sociais que já existiam naquela altura é como tudo, servem para o bem, e para tudo o resto, e quem não quer ser lobo não lhe vista a pele, mantenha-se com a de cordeirinho(a).

Leio coisas contra e a favor das redes sociais e alguns(umas). Há sítios que não são docinhos nem onde se vive no mundo onde tudo é cor de rosa e com muitas coisas doces que também os há, mas as realidades das redes socias são por vezes bem amargas.  

O que preocupa muito boa gente que por aí escreve e tem blogs “altamente” é que haja pessoas que se lamentam de ter poucos likes e fraca interação. Esses(as) que criticam ou comentam estes pontos de vista são os mesmos(as) que eu gostaria de “ouvir” se não tivessem no seu próprio blog as “audiências”, os “likes” e os comentários muito queques e elogiosos do que escrevem. Ah, dizem alguns e algumas bloggers que têm milhares de acessos nas suas audiências que é por gosto, nada disto é para cair publicidade, nem por causa dos Clickbaits, é tudo porque gosto muito de escrever. Então, não é? Acho que são tudo tretas para lagriminha fácil porque nos referidos blogs a publicidade a marcas e outras coisas mais lá estão a cair e não é à borla… Por isso a crítica às redes sociais tem de ser feita em outro lugar de meditação com menos doçuras à mistura…

E se eu gritasse daqui: LARGUEM O ÉCRÃ NÃO LIGUEM A NADA DISTO PIREM-SE E APANHEM SOL QUANDO ELE APARECE, e hoje por acaso até não está mau, podiam-me perguntar, ENTÃO O QUE ESTÁS AINDA TU AQUI A FAZER?

Bem, por hoje já libertei a minha acidez e aqui vou eu…

 

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