Alimentar o blog é preciso
Se estão à espera que vá falar de nutricionismo, comida saudável, dietas ou coisas e tal, tirem o cavalinho da chuva. vou falar é da alimentação do blog. Sim, ele coitado também tem necessidades alimentares, e isto de alimentar um blog é quase como ter de alimentar um animal doméstico. Bem, com alguma diferença, é que o animal doméstico ladra, ou mia, se for cão ou gato (não estou a pensar em outros animais de estimação como sejam os do tipo exótico). Sobre a desnutrição do blog poucos ou nenhuns reclamariam, e outros até agradeceriam a fome que o fizesse passar. O blog se não for alimentado não protesta, mas perde-se nas brumas do ciberespaço e transforma-se em lixo virtual.
A alimentação do blog não depende de mim, depende das minhas musas. A falta de musas inspiradoras é terrífica, e elas cada vez rareiam mais. Gostaria que as minhas musas fossem como as do José Rodrigues dos Santos, um dos apresentadores do telejornal da RTP1, que em média apresenta um livro de mais de quinhentas páginas a cada dois anos, ou menos. Puxa! Quem me dera que as minhas musas fizessem um striptease com a mesma voluptuosidade plena de inspiração literária como as dele. É certo que as dele já começa a padecer de monotonia na inspiração do prolifero autor. Apesar de tudo mais vale ter mau hálito do que não ter nenhum, o que era sinal de que estaria morto e não queremos nada disso. As minhas musas, coitadinhas, pelo contrário, são muito inibidas e não se despem integralmente para me inspirarem senão não haveria quem me parasse.
A propósito de estar morto recordo-me de uma estória verídica que se passou na minha presença após assistir a uma missa do sétimo dia. Há sempre uma missa do sétimo dia, talvez seja porque a Terra e o Universo levaram seis dias a criar e o sétimo foi para descansar. Deve ser por isso. Como estava dizendo, ao sair da igreja, como é habitual, amigos e familiares juntam-se à porta a conversar. Eis, senão quando, se aproxima um familiar do falecido que se lamenta da morte do ente querido. Então uma das pessoas presentes, também ela familiar, vira-se e disse numa frase eloquente e exclamativa: «Olha, não estejas assim! Sabes, o céu é tão lindo!!!». Numa ação reativa alguém lhe pergunta: «Olha lá, já lá estiveste para saber?». O rubor que lhe surgiu na face foi para todos visível e esclarecedor.
Este tema da morte não tem piada nenhuma, mas recebi agora mesmo uma notícia que dizia que frio e gripe provocam mortes acima do normal. Vamos lá ver se nos entendemos ainda ontem diziam que este ano a gripe estava pouco ativa em relação ao ano anterior. Afinal em que ficamos?
No meio desta treta toda já nem sei onde que ia! Está próximo da hora de jantar. Deve ser da fome. A propósito, sabem que aqui ao pé da minha rua há um pequeno restaurante que se chama “Fome”? A sério! Podem confirmar na net. Nunca lá fui, mas pelos preços e pela ementa deve ser verdade.
Estão na moda os restaurantes com estrelas Michelin, geridos por cozinheiros, desculpem-me, “Chefs” de alto coturno, isto é, “cozinheiros” de linhagem nobre da cozinha, onde quem lá vai, ou já vai jantado ou passa fome e paga muito.
Reparem na imagem onde o apetite não pode ir além de uma pequenina costeleta de cabrito, ou será borreguinho? Mas não me digam que a decoração está mal?
Quero dizer, quem fala assim sou eu, um português de gema, que me empanturro à hora de almoço com comida e quando vou para pegar ao serviço passo o tempo a lamentar-me: «Ai que Deus! Ai que Deus, não me apetece nada ir trabalhar.». É mentira, não passem palavra, porque isto é apenas um desabafo falso do tipo “fake news”, estão a ver?
Imagem da revista Máxima.pt
As redes sociais são locais ótimos onde se reproduzem “fake news” tal como como coelhos que dão à luz as suas crias. Por isso é que se diz que, tal ou tal, se reproduzem como coelhos. Não é por acaso que os caçadores quando lhes limitam o número de animais a caçar refilam e com razão argumentam que se não os deixam caçar os coelhos à vontade qualquer dia são eles que os comem a eles.
Veja-se por exemplo o que se tem passado com o caso do Bairro da Jamaica e a PSP, pelo que se ouve e o que nos dizem já ninguém sabe o que é verdadeiro ou é falso. Qualquer dia temos de construir tabelas de verdade para tirar alguma conclusão. Tabelas de verdade são essas coisas que se utilizam na lógica matemática e que agora resolveram introduzir nos programas de filosofia do secundário para baralharem os coitados dos alunos. Talvez seja uma forma de os impedir de pensar e refletir sobre questões sociais que deviam merecer reflexão.
Fico lixado quando a PSP ou a GNR me multam, por isso é que estou sempre contra eles, e a minha raiva é tanta que até lhes chamo bófias. Vou a alta velocidade e ponho os outros condutores a desviarem-se de mim; não fazem mais do que a sua obrigação, estou com pressa e pronto. É então que apanho a polícia e multa-me. Bebo uns copitos a mais e, lá por ver duas estradas, o que até é bom porque assim tenho mais espaço, a polícia vê e prende-me. Estou a conduzir e a enviar mensagens à minha garina sou apanhado e multam-me. Bolas não há quem aguente! Estava para dizer “não há cu que aguente”, mas desisti porque isso é má educação. Como é que eu hei de estar do lado deles! Mesmo que fosse racista estaria sempre contra a polícia mesmo quando para pacificar um local é atacada e corrida à pedrada.
A virada para a quase política não estava prevista, desculpem-me o sintoma, mas já passou.
Hoje acho que vou ficar por aqui e como não tenho, por agora, mais nada para dizer termino enchendo chouriços com coisas da moda. Assim, os saldos estão quase a acabar e a exposição das coleções de primavera verão estão aí, prontas para ir para as vitrines.
Vejam Chanel: a primeira fila do desfile de alta-costura.
Eu nem me conheço, mas eu estou a falar de moda? Estou-me a passar ou quê?